Jovem foi obrigada a rodar por vários bairros sob mira de criminosos, que levaram joias e dinheiro. Após libertada, pegou táxi e conseguiu se casar, duas horas atrasada
Curitiba - Parece roteiro de filme de ação, mas aconteceu de verdade em Curitiba com a estudante de pedagogia Marieli de Lima Correa. Momentos antes de subir ao altar, no dia 22 de janeiro, a jovem foi surpreendida por dois assaltantes. Depois que os rapazes, armados, anunciaram o sequestro-relâmpago, a noiva, a dama de honra, de 10 anos, e mais um casal de amigos foram rendidos e levados a rodar por bairros da capital, por cerca de 20 minutos.
“Eu perguntava o tempo todo para o rapaz: ‘por favor, você vai deixar eu casar?’ E ele olhava pra mim e falava que o meu noivo já era viúvo”, contou Marieli. Durante o trajeto, um dos assaltantes mastigou o chip do celular da jovem para que ela não pudesse pedir ajuda. Os homens também arremessaram o buquê da noiva pela janela do carro. “Pegaram o meu buquê e jogaram no meio da rua. Foram R$ 180 jogados fora”, contou.
Depois de roubarem as joias, o dinheiro e os cartões das vítimas, os assaltantes deixaram os reféns a dez quilômetros da igreja. Vestida de noiva, Marieli pediu ajuda de moradores da região e ligou para o noivo, o guarda municipal Glaucio Luiz Correa. Na primeira ligação, ele pensou se tratar de um trote.
“Eu já estava preparado para um pouco de atraso, quando me ligaram dizendo que ela tinha sido sequestrada, eu desliguei pensado que fosse brincadeira. Falei para ela: para com esse trote, não me venha com isso agora”, disse.
O casamento teve duas horas de atraso — marcado para começar às 20h30, teve início às 22h30. A noiva chegou de táxi, as convidadas emprestaram alguns acessórios e, com um buquê em punho improvisado com as flores da decoração da igreja, Marieli subiu ao altar. “Você imagina que o dia do seu casamento seja perfeito, planeja tudo. Depois que tudo acabou eu só pensava: Deus, eu quero me casar”, disse Marieli.
Depois do sequestro-relâmpago e vários roubos no bairro Novo Mundo, o padre da igreja Sagrada Família decidiu começar abaixo-assinado pedindo por mais segurança. Mais de 400 pessoas já assinaram e a expectativa é de que mais de quatro mil moradores do bairro assinem.
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